Fome Emocional

Transtorno Alimentar

ansiedade e distúrbio alimentar

Transtorno Alimentar

Transtorno alimentar é qualquer tipo de padrão ou hábito alimentar que prejudique significativamente a saúde de uma pessoa. Classifica-se a doença em dois comportamentos: anorexia nervosa e bulimia nervosa.

Pessoas que sofrem com a anorexia nervosa apresentam um medo irracional e muito intenso de ganhar peso ou de engordar. Recusam-se a manter uma massa corporal igual ou acima do nível considerado saudável em relação à idade e à altura. O anoréxico sempre acredita que está acima do peso, mesmo que estejam muito abaixo do peso ideal.

Casos de anorexia nervosa se tornaram muito mais comuns a partir da metade do século XX, muito em consequência da cultura da beleza das sociedades industrializadas, em que a mulher ideal “deve” ser magra e esbelta. A anorexia ocorre em ambos os sexos, mas é muito mais comum entre as mulheres. Normalmente, os sintomas da doença aparecem durante a adolescência, por volta dos 17 anos.

Anoréxicos constantemente negam a fome que sentem, recusando-se a comer qualquer coisa, principalmente alimentos de alto valor calórico. Sua dieta passa a ser altamente restrita, causando a inanição autoimposta, ou seja, um quadro de alta desnutrição provocado pelo próprio paciente. A perda de peso também pode ocorrer por meio da autoindução de vômitos e dos exercícios excessivos. A imagem que os pacientes anoréxicos têm de si mesmos é distorcida. Quanto mais perdem peso, mais acreditam que devem emagrecer, criando uma espécie de ciclo vicioso.

A autoestima de pessoas com anorexia nervosa é extremamente baixa, pois são obcecados com a balança, pesando-se constantemente e tirando medidas das pernas e da barriga. Quem sofre desse distúrbio não é capaz de reconhecer as consequências que a perda de peso traz para a saúde.

A inanição pode trazer diversos efeitos negativos para o funcionamento do organismo, como pressão baixa, hipotermia, pele seca e escamosa, edemas periféricos, hemorragias nos vasos sanguíneos, pele pálida, cicatrizes e calos nas mãos.

O diagnóstico da anorexia nervosa é bastante relativo. Normalmente, é realizado com base nas tabelas da Metropolitan Life Insurance ou tabelas pediátricas de crescimento. Segundo esses guias, uma pessoa pode ser considerada anoréxica quando possuir um índice de massa corporal igual ou menor do que 17,5 kg/m². Apesar da padronização, a palavra final é do médico. Ele deve realizar exames detalhados nos pacientes levando em conta suas características pessoais e seu histórico clínico.

Outro recurso para a obtenção do diagnóstico pode ser o uso de testes de triagem, como o Inventário dos Transtornos Alimentares e o Teste de Atitudes Alimentares. Esses testes podem ser usados também como documentação da evolução do tratamento. Durante o diagnóstico, é importante que o psiquiatra recolha informações dos familiares e outras fontes próximas do paciente, pois este normalmente se recusa a admitir que tenha a doença.

O tratamento da anorexia nervosa é realizado com uma combinação de diferentes técnicas. A principal delas é comportamental, que é capaz de reduzir a morbimortalidade da doença. O tratamento do transtorno alimentar tem como objetivo levar o paciente de volta ao seu peso normal, considerado saudável. É realizado uma reeducação alimentar, que deve ser gradual, para superar a resistência metabólica.

Junto à terapia, realiza-se o tratamento farmacológico por meio de medicamentos antidepressivos, principalmente. Muitas vezes, o tratamento deve ser realizado com o paciente hospitalizado para que haja maior controle, onde recebem diversos estímulos que irão impulsionar a sua recuperação.

A bulimia nervosa gera nos pacientes episódios de comer compulsivo, onde o indivíduo ingere uma quantidade enorme de comida em pouquíssimo tempo. Uma sensação de falta de controle toma conta do paciente, fazendo com que ele não consiga parar de comer. Após os episódios de compulsão alimentar, existem as ações compensatórias, onde o paciente, através da autoindução de vômitos, uso indevido de laxantes, diuréticos, jejuns ou exercícios excessivos, tenta compensar a grande quantidade de comida que ingeriu.

Durante as crises, indivíduos que sofrem com a bulimia nervosa podem ingerir mais de 15.000 calorias em uma crise. Costumam escolher alimentos de fácil ingestão e altamente calóricos. Logo após a crise vêm as compensações, vômitos ou exercícios, o que acaba criando um ciclo vicioso. A autoindução do vômito e o uso de laxantes são os principais meios de compensação, ou purga. Durante as crises, os pacientes não são capazes de controlar suas ações, porém, muitas vezes conseguem planejá-las em torno das atividades do dia a dia.

O diagnóstico de transtorno alimentar pode ser alcançado por meio de testes psicológicos, entretanto, a avaliação de cada paciente realizada pelo psiquiatra é a principal maneira de detectar o transtorno. Assim como na anorexia, os principais testes são o Inventário dos Transtornos Alimentares e o Teste de Atitudes Alimentares.

Para o tratamento, utilizam-se diversas técnicas diferentes. Agentes farmacológicos também podem ser empregados no tratamento do transtorno alimentar, como os antidepressivos. A hospitalização normalmente não se faz necessária, apenas em casos extremos em que o paciente apresenta depressão profunda e pensamentos suicidas, e nenhum outro tratamento surtiu efeitos.