Por que o álcool é umas das dependências mais difíceis de serem tratadas?

O alcoolismo é um dos quadros de dependência química onde a substância consumida é realmente difícil de dissociar da vida do paciente. São muitos os fatores que juntos atuam como desencadeantes da dependência do álcool e como, em outras patologias psiquiátricas, a predisposição genética rege a tendência do organismo ao vício, de modo que, dependendo de sua condição emocional, estará mais ou menos vulnerável ao uso excessivo, indiscriminado e contínuo do álcool. Entretanto, além da predisposição genética e saúde emocional, no alcoolismo existe como componente fundamental, responsável tanto para o desenvolvimento da doença como para suas recaídas, o fator ambiente social. 

O consumo de álcool está, na maioria das vezes, associado a bons momentos, encontros, relacionamento, crescimento, alegria, fechamento do dia de trabalho, entre outros. Acontece que muitas pessoas conseguem beber sem causar prejuízos ao seu entorno e à sua rotina. O alcoólico, não. Também contribuem na dependência do álcool os transtornos psiquiátricos como a depressão e a ansiedade. Em situações assim, é fundamental que se trate ambos simultaneamente. Os transtornos psiquiátricos podem ser, também, um fator desencadeador de recaídas.

É importante lembrar que o alcoolismo não tem cura, mas pode ser tratado de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida para o dependente. O passo fundamental para iniciar o tratamento é ao mesmo tempo a atitude mais difícil: reconhecer que está doente. É o próprio alcoólatra quem precisa reconhecer que necessita de ajuda.

O apoio de amigos e familiares é importante durante o processo de recuperação. Após o processo de desintoxicação, feito sob supervisão médica para reduzir os efeitos da abstinência e aliviar os sintomas da intoxicação, o dependente precisa de acompanhamento para o resto da vida.